POLITICAMENTE
CORRETO?
Atualmente nossa
politica tem passado por momentos conturbados, são frequentes os desvios de
verbas, pagamento de propinas, o aumento de impostos; e a inflação nos últimos
anos nunca esteve tão alta. Em parte nos
lembra de um período não muito distante para grande parte da população, os
bastidores que antecederam o movimento político reformista, intitulado Diretas Já.
Para quem não
sabe o Movimento Diretas Já, foi um dos movimentos de maior participação
popular, da história do Brasil. Teve início em 1983, no governo de João Batista Figueiredo e propunha eleições diretas para o
cargo de Presidente da República.
Esse movimento
começou a ganhar força com a chegada de dois grandes aliados, os partidos PMDB
e PDS, em questão tempo o movimento caiu nas graças da população, que foi às
ruas para pedir a volta das eleições diretas.
O Regime Militar era o responsável direto pelo governo desde
1964, e já em meados dos anos 1970 começou a apresentar dificuldade em sua
gestão e administração pública. A inflação chegou
a números alarmantes, a dívida externa era exorbitante, e taxas de desemprego
nunca tinham alcançado tais números até então; crise do sistema era evidente.
Isso, não nos lembra de algo?
Então depois de
muita discussão e os militares, ainda no poder, pregavam que deveria haver uma
transição democrática, mas que essa fosse mais lenta e até mesmo progressiva. E
que as eleições de 1984, para a presidência, fossem realizada de modo indireto,
através do Colégio Eleitoral, ou seja, sem o voto popular, era escolhido na
época por membros do Poder Legislativo federal e alguns casos com participação
do Poder Estadual.
Insatisfeitos a
população toma as ruas cobrindo o chão brasileiro com a cor amarela, símbolo da
campanha, com o apoio de lideranças estudantis, como a UNE (União
Nacional dos Estudantes), sindicatos, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores),
intelectuais, artistas, religiosos e a figura de Ulysses Guimarães (PMDB),
apelidado de “o Senhor diretas” reforçaram a concretização do sonho.
Varias
manifestações foram organizadas durante o mês de abril de 1984, talvez a de
maior proporção fosse, os gritos de Diretas Já! de mais de um milhão de pessoas
na Praça da Sé, capital paulista.
Enfim no dia 25
de abril de 1984, o Congresso Nacional se reuniu para votar a emenda que
tornaria possível a eleição direta ainda naquele ano. Para que a emenda fosse
aprovada, eram necessários 2/3 dos votos. Foram 298 votos a favor e 65 contra e
3 abstenções (outros 112 deputados não compareceram). Para ser aprovada, a
proposta precisava de 320 votos.
Com isso o sonho
foi adiado e restava somente a eleição indireta, e a disputa entre dois civis ao
cargo. Paulo Maluf (PDS) e Tancredo Neves (PMDB) foram os indicados. Com o
apoio das mesmas lideranças das Diretas Já, Tancredo Neves venceu a disputa.
Mas devido uma
série de dores abdominais Tancredo passou por cirurgia e veio a falecer antes mesmo
de assumir o cargo, sendo assim o vice- presidente, José Sarney, tornou-se o
primeiro presidente civil após o regime de Ditadura Militar (1964-1985), consolidando
nosso país democrático, “ao menos em parte”.
Saiba mais sobre Tancredo Neves