terça-feira, 24 de setembro de 2019

DITADOS POPULARES PARTE I


Os brasileiros sem sombra de dúvidas destacam-se na utilização de ditos ou ditados populares. Essas frases ou expressões são responsáveis por transmitirem experiências e conhecimentos.Com o passar dos anos, os ditados se proliferaram e fazem parte da diversidade cultural do Brasil. Vejamos a seguir alguns exemplos:

PARTE 1

Maria vai com as outras

A expressão “Maria vai com as outras”, surgiu com a chegada da Família Real Portuguesa em 1808. Dona Maria I, mãe de D. João VI (avó de D. Pedro I) agravou seu quadro de loucura ao chegar no Brasil. Então Maria I foi declarada incapaz de governar e afastada do trono.  A rainha vivia reclusa em seus aposentos e só era vista quando saía para caminhar a pé, escoltada por numerosas damas de companhia. No momento em que o povo via a rainha conduzida pelas damas nesse cortejo, costumava comentar: “Lá vai D. Maria com as outras”. 




Pagar o pato
A expressão “Pagar o pato" tem origem na obra Facetiae, do italiano Giovanni Bracciolini (1380-1459). Em sua obra  o autor, conta a história de um camponês que vendia patos, certa vez uma mulher queria pagar os animais por meio de encontros sexuais. Na história, o marido chega antes da consumação do ato. O marido inconformado com a proposta de sua esposa, desfez o trato com o vendedor e pagou o pato com algumas moedas.

Ficar a ver navios
A expressão "ficar a ver navios" surgiu em Portugal e está relacionada diretamente as grandes navegações e descobertas. Uma versão descreve que os portugueses ficavam em Lisboa, num morro chamado Alto de Santa Catarina, esperando os navios que traziam tesouros e especiarias. Outra versão consiste no fato que as mulheres ficavam em casa, esperando os maridos que tinham zarpado com as embarcações. De casa, as mulheres ficavam observando os navios que chegavam aos portos para encontrarem seus maridos, muitas vezes sem sucesso. Então surgiu a expressão: Ficou a ver navios, ou seja, ficou esperando por algo que nunca irá retornar.

Cheio de nove horas
Durante o século XIX, (especialmente em terras brasileiras) 9 horas da noite, era o marco social da época. Era uma espécie de regulador da vida social brasileira: quem estivesse na rua depois das 21h não era considerado como uma pessoa de bem, e sim como um boêmio.  Então o homem, especialmente o pai de família que se recolhesse antes desse horário, era considerado um homem correto, cumpridor de regras. Com o tempo, a expressão cheio de nove horas passou a fazer referência a pessoas meticulosas e cheias de regras.


Santo do pau oco
A expressão “Santo do pau oco”, surgiu durante o Brasil Colônia. Com o aumento dos impostos sobre o ouro e pedras preciosas, algumas pessoas passaram a enganar a coroa portuguesa. Os mineradores recheavam o interior das imagens de santos feitos em madeira com grande quantidade de ouro e pedras preciosas. Com essa artimanha, podiam passar pelas Casas de Fundição sem pagar os impostos abusivos. Assim nasceu a expressão que hoje virou sinônimo de falsidade e hipocrisia.