No ano de 2020,
o mundo praticamente parou, devido a pandemia do coronavírus. A última vez que
o mundo sofreu com uma grande pandemia foi por meio da H1N1 em 2009, com
proporções menores, porém não menos significativas. Através das várias mortes na localidade de
Wuhan, na China, ainda no ano de 2019, o coronavírus tornou-se popular.
Entretanto, esse vírus é conhecido desde meados de 1960, sendo que os primeiros
casos decorrentes do vírus ocorreram em 1937. O nome coronavírus deriva do
latim e faz uma alusão à sua estrutura microscópica em formato de coroa.
Apesar das
décadas de estudos, o coronavírus, com o passar dos anos, vem sofrendo
alterações em sua estrutura, tornando os estudos pouco eficazes. Um exemplo
disso é o SARS-CoV-2, causador da doença COVID-19. Ele tem parentesco com o
vírus da SARS-CoV, e ambos podem causar febre, tosse, falta de ar e dificuldade
para respirar.
Segundo o The
New York Times, atualmente o contágio por coronavírus no mundo já
ultrapassou mais de 23 milhões de casos e contabiliza mais de 800 mil mortes, somente
no Brasil são mais de 3,5 milhões de casos e mais de 100 mil mortes. A última
pandemia que resultou em números tão expressivos quanto o coronavírus foi a
gripe espanhola.
A gripe
espanhola ou gripe de 1918 como ficou popularmente conhecida, foi uma vasta
pandemia do vírus da influenza. Entre os anos de 1918 à 1920, a pandemia da
gripe espanhola adquiriu números expressivos, estima-se que foram mais de 500
milhões de pessoas contaminadas e que o número de óbitos tenha chegado próximo
a 50 milhões.
Os números da pandemia da gripe espanhola foram gigantescos, entretanto esses índices foram ofuscados pela brutalidade da Primeira Guerra Mundial (1914- 1918); foram em torno de 20 milhões de pessoas mortas em batalha.
Imperial War Museums/Domínio Público
A Primeira Guerra Mundial e as migrações devido a essa guerra, foram gatilhos que auxiliaram a acelerar o processo de disseminação da gripe espanhola. Não existe um indicador concreto sobre a origem da gripe espanhola, alguns cientistas dizem que o vírus surgiu na China, outros citam os Estados Unidos. A única certeza é que os Estados Unidos da América foi o primeiro país a registrar casos da gripe espanhola.
O surto de gripe espanhola chegou no Brasil por volta de setembro de 1918, muito provável com o navio inglês "Demerara", vindo de Lisboa, desembarcou doentes no Recife, em Salvador e no Rio de Janeiro (então capital federal).
No mesmo mês, marinheiros que prestaram serviço militar em Dakar, no Senegal, desembarcaram doentes no porto de Recife. Em pouco mais de duas semanas, surgiram outros focos em diversas cidades do Nordeste e em São Paulo.
De acordo com o Atlas Histórico do Brasil da FGV (Fundação Getúlio Vargas), no Brasil foram em torno de 35 mil óbitos devido a gripe espanhola e mais de 1/3 da população total infectada. No início do grande surto de gripe espanhola, o Brasil acompanhava tudo somente pelos jornais e assim não demonstrava grande preocupação, pois acreditava que essa pandemia nunca chegaria ao território brasileiro. O fato é que se passaram mais de 100 anos e novamente cometemos o mesmo equívoco com o coronavírus, subestimamos o poder devastador de uma pandemia. Que isso sirva de exemplo para populações futuras!
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