quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

A HISTÓRIA DO CARNAVAL

A HISTÓRIA DO CARNAVAL
Foto:Carmen Miranda

Quando falamos em carnaval, logo associamos essa festividade cultura brasileira, devido à grandiosidade de nossas comemorações. Porém, a história do Carnaval brasileiro é algo recente no referencial histórico, um dos primeiros relatos sobre o Carnaval vem da Roma Antiga. Para homenagear o Deus Saturno, os romanos criaram uma festividade intitulada Saturnais, durante as comemorações escolas eram fechadas, escravos eram soltos, mulheres e homens desfilavam nus em carruagens, chamadas carrum navalis. Acredita-se que a partir do nome dado as carruagens romanas surgiu a expressão Carnaval.
Por algum tempo a Igreja Católica foi contra as festividades, pois, incitava o paganismo. Somente em 590 d.C. que a Igreja decidiu reconhecer os festejos, porém, no dia seguinte deveria ser dedicado ao arrependimento dos pecados, no caso esse dia era a Quarta-Feira de Cinzas.
Com o passar dos séculos o Carnaval foi perdendo sua identidade mística e religiosa, tornando-se uma época para expressar criticas artísticas ao poder dos (nobres e burgueses).
A história do Carnaval brasileiro tem inicio no ano de 1855, um grupo de intelectuais do Rio de Janeiro, criou um bloco, chamado Congresso das Sumidades Carnavalescas. Esse grupo pediu autorização e convidou para que a Família Real assistisse o desfile, D. Pedro II não hesitou em aceitar.
A partir de então, foi questão de tempo para as festividades caírem no gosto do povo brasileiro, difundindo assim com as diferentes culturas, como o entrudo português, onde foliões saiam molhando um ao outro, o samba de origem africana, assim como as fantasias e lendas das mais variadas regiões do Brasil e do mundo.


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A verdade por trás da História

A FAMÍLIA REAL E A MODA DAS PERUCAS



Foto de Marieta Severo interpretando Carlota Joaquina



A Família Real Portuguesa chegou ao Brasil lançando moda, com seus belos turbantes e perucas. Carlota Joaquina, suas filhas, assim como algumas damas da corte desembarcaram na colônia utilizando diversos acessórios capilares. Foi questão de dias, para ditarem a nova moda da colônia. O que as mulheres da época não imaginavam, é que isso não passava de uma desculpa, e que as mulheres da Família Real, assim como suas cortesãs rasparam as cabeças devido a uma infestação de piolho que contraíram durante a viagem.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

A INFLUÊNCIA DA REFORMA PROTESTANTE NA ORIGEM DO CAPITALISMO

A INFLUÊNCIA DA REFORMA PROTESTANTE NA ORIGEM DO CAPITALISMO

A Reforma Protestante influenciou os diferentes setores da sociedade atual, especialmente o setor econômico, através da fixação do acumulo de capital. Através desta reforma adquirimos maior liberdade de expressão, liberdade religiosa e econômica, em contra partida caímos nas garras do sistema consumista predatório, herança que teve origem no sistema capitalista.


FIGURA: Igreja X Capitalismo
FONTE: http://www.primeirosesbocos.com.br/2014/05/vamos-falar-sobre-dinheiro-igreja-e.html

A Reforma Protestante teve como principal idealizador, o até então padre alemão Martinho Lutero, insatisfeito com as atitudes e dogmas católicos começou a contestar as orientações da Igreja. Então na data de 31 de outubro de 1517, Lutero inicia a reforma ao fixar na porta da Igreja de Wittemberg, 95 teses, das quais criticava severamente os abusos cometidos pela Igreja Católica, tais como: cobrança de indulgencias e impostos cobrados por serviços prestados a comunidade. Após a divisão religiosa cristã, a Igreja ficou dividida entre católicos e protestantes, dando inicio a uma grande disputa de Reforma e Contra-Reforma.

Com a propagação do protestantismo e a revisão do modo vida dos religiosos, o capitalismo ensaiava dar os primeiros passos, especialmente na Europa do Norte sob a influência do religioso protestante, João Calvino.

Ao contrário dos católicos, os protestantes não condenavam o acumulo de capital, apesar de pregarem a ajuda aos mais necessitados eles condenavam o voto de pobreza, imposto pela Igreja Católica. Segundo o filósofo alemão Marx Weber, em sua obra A Ética Protestante e o Espirito do Capitalismo: “devemos provisoriamente, utilizar a expressão espirito do capitalismo para que a atitude que se esforça sistematicamente para o lucro, para sua própria causa da maneira”.

Weber ainda afirma que a devoção religiosa muitas vezes está acompanhada de uma rejeição dos assuntos mundanos, especialmente na busca de riquezas e bens. Entretanto com a consolidação do protestantismo, houve um desprendimento do voto de pobreza e das gordas doações cedidas em troca de lugares ao céu ou remissões dos pecados, impulsionando o crescimento do acumulo de riquezas.

Não podemos discordar que o desprendimento do protestantismo foi favorável para o crescimento econômico e tecnológico do mundo. Porém, em sua obra Weber lamenta e afirma que o capitalismo de certa maneira levou o homem a uma forma de servidão involuntária, em uma vida mecanizada. Desencadeando uma série de agravantes sociais, tais como: êxodo rural, fome, doenças, desemprego, desigualdade social, entre outros.   

REFERÊNCIA

WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Ed. Pioneira, 1967.
WEBER, Max. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Ed. Companhia das Letras (Trad. de José Marcos Mariani de Macedo), 2004.




sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

CURIOSIDADES - D. João VI

A verdade por trás da História... 




Que D. JoãoVI, era beberão e comilão, a maioria das pessoas sabem. O que muitos não sabem é ele tinha várias fobias entre elas; medo de trovões, de siris e caranguejos, inclusive durante a sua estadia no Rio de Janeiro, o monarca contraiu uma flor que brotava entre os meios seus, no caso uma doença venérea. Entre seu tratamento estavam os banhos de mar para conter o avanço da doença. Devido sua fobia, Dom João era banhado em uma tina (banheira) a beira do mar por escravos.  
Um breve histórico da Ponte Hercílio Luz



FIGURA: Ponte Hercílio Luz
FONTE: http://oap.eng.br/portfolio_ibusiness/monitoramento-ambiental-da-ponte-hercilio-luz/

A Ponte Hercílio Luz está localizada em Florianópolis – SC, foi construída com o objetivo de ligar a ilha de Santa Catarina com a parte continental do estado, é uma das maiores pontes pênseis do mundo e a maior do Brasil, ela possui 821 metros de comprimento e sua construção foi iniciada em 14 de novembro de 1922 e inaugurada em 13 de maio de 1926.

O grande idealizador da obra foi o governador Hercílio Luz e o projeto de execução era de autoria dos estadunidenses Robinson e Steinmam. A ponte iria chamar-se Ponte da Independência, mas devido à morte do governador dias depois do anúncio da construção, passou a se chamar Ponte Hercílio Luz. A inauguração da ponte Hercílio Luz, ocorreu no dia 13 de maio de 1926, e o custo final da obra atingiu 14 milhões 478 mil 107 contos e 479 réis. 

No ano de 1982, a Ponte Hercílio Luz foi fechada para o transito de automóveis, tornando cartão postal da cidade. Entre os anos de 1988 a 1991, foi reaberta para o tráfego de pedestres, bicicletas, motocicletas, mais tarde voltou a ser interditada e tornou-se patrimônio histórico e artístico.

Após muita discussão sobre a restauração da ponte, em 2005, o Governo Federal, Governo do Estadual e a Prefeitura de Florianópolis assinaram o contrato que daria inicio restauração, com prazo máximo de sete anos. Mas a burocracia, aliada à mudança no governo do estado, fez com que as obras atrasassem.

O novo prazo de entrega da restauração da Ponte Hercílio Luz era para 2013. Mas, entra empresa, sai empresa e nada de restauração, lamentavelmente a novela continua e sem uma expectativa de final feliz, pois, atualmente novas empreiteiras rescindiram os contratos de restauração.


Você Sabia!

Apesar das várias obras rodoviárias elaboradas no governo Hercílio Luz, ele costumava visitar os municípios vizinhos montado a cavalo.


Com a Revolução de 1930, para conter o avanço dos getulistas foram retiradas as tabuas da cabeceira da Ponte Hercílio Luz, para que não conseguissem tomar a capital.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Êxodo Rural

O ÊXODO RURAL E O ENSINO DA GEOGRAFIA


Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2005 o Brasil tinha uma taxa de urbanização de 84,2% e, de acordo com algumas projeções, até 2050, a porcentagem da população brasileira que vive em centros urbanos deve pular para 93,6%.Com base nesses dados o Êxodo Rural torna-se um tema muito importante não somente na economia, mas também discussão do meio espacial e social, especialmente para os jovens que vivem no meio rural. Por esse e outros motivos à escola assume um papel importante no estudo, na contextualização e principalmente na construção de uma criticidade, através de suas abordagens pedagógicas.


O êxodo rural é caracterizado pela intensa migração de habitantes de uma determinada região para outra do país, estado ou cidade. Esse fluxo migratório na maioria das vezes é ocasionado pelas diversas dificuldades enfrentadas na região rural, tais como: desvalorização do agricultor e falta de acesso a melhores condições de vida, trabalho, saúde, escola e transporte.

Dentre as principais causas do êxodo rural, podemos citar:


ü  A mecanização no processo de agricultura e a substituição da mão de obra por máquinas perante a modernização do campo.

ü  A capitalização/ industrialização, fator determinante para essa transição do campo/cidade. Através das fábricas e empresas aumenta a oferta de trabalho, atraindo os moradores do campo a buscarem melhoria condições de vida.


O Êxodo Rural no Brasil começou a ganhar força a partir dos anos 60, através da abertura econômica e da implantação das multinacionais na região sudeste. Com essa crescente oferta de empregos, houve um crescimento acentuado no fluxo migratório, vindo da região nordeste e se instalando na região sudeste, especialmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Com esse processo migratório surgiram os diversos agravantes sociais presentes atualmente em nossa sociedade, como: desemprego, poluição, doenças, miséria, crescimento desordenado, desigualdade social entre outros.

Hoje dos jovens que vivem no meio rural, são poucos os que expressão interesse em continuarem em sua região de origem, pois, grande parte desses jovens associam o meio rural diretamente com a desvalorização do meio agrícola. Por esse motivo, a grande maioria dos jovens ao completarem a maioridade ou até mesmo antes tende a buscar melhores condições de vida, de trabalho e de ensino no meio urbano.

Nos últimos anos são vários os países que vem sofrendo com as consequências do Êxodo Rural e das Migrações, especialmente países capitalistas. Muitos desses adotaram políticas de incentivo para conter a chamada desertificação rural, com foi o caso da França.

Por outro lado, o investimento brasileiro em políticas de incentivo a permanência no meio rural ainda é defasado e nas últimas décadas temos sofrido com as diversas migrações regionais e inter-regionais.

Principalmente na disciplina de Geografia, o Êxodo Rural vem tornando-se comum, dentro dos debates de sala de aula, devido ao processo de globalização e os constantes fluxos migratórios. Porém, os professores em algumas situações encontram dificuldade de manter a neutralidade referente ao assunto, principalmente quando vivem dentro do contexto.

O professor tem como função criar um senso crítico no aluno, ofertar suporte para que esse crie uma consciência da realidade do meio rural e urbano e das diferentes situações que esse vivenciará ao longo da vida. Cabe a todos, repensarmos a influencia de palavras e nossas ações, principalmente quando vivenciamos essa situação tão de perto como é o caso de meu município.

Atualmente o Êxodo Rural tem ganhado números alarmantes, estima-se que esses números tendem a crescer, como podemos visualizar no gráfico abaixo.


            FIGURA: Gráfico E.M. Anitápolis
            FONTE: Arquivo Pessoal

Essa pesquisa foi aplicada com jovens que frequentam ou frequentaram o Ensino Médio no município de Anitápolis durante o ano letivo de 2014. As principais razões que influenciaram esse processo migratório, são: falta de acesso a Educação Superior nas mais diversas áreas, falta de mercado de trabalho e por fim falta de serviços básicos e principalmente cultura e lazer.


Já passou da hora de nossos governantes pensarem mais a frente, refletirem sobre o futuro de nossos municípios, estados e até mesmo nossas vidas. E isso deve ser uma ação em conjunto entre órgãos federal, estaduais e municipais, pois, nos passos que caminhamos, será questão de décadas para enfrentarmos um colapso mundial por falta de alimento.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

ARTIGO SOBRE A REGIÃO SUL DO BRASIL


REGIÃO SUL DO BRASIL


José Carlos Borges

Prof. Carlos Claudino
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Geografia (GED 0113) – Prática do Módulo V
01/07/14


RESUMO

A Região Sul do Brasil é a menor região do país tem sua formação através dos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, possui uma extensão territorial de 576.409,6 Km² e uma densidade demográfica de 47,5 habitantes por Km². Apresenta um dos melhores IDH do país, com baixas taxas de analfabetismo e mortalidade. O clima predominante é o clima temperado, responsável pelas baixas temperaturas registradas no inverno, com ocorrências de geadas e neve especialmente nas serras gaúcha e catarinense. A principal área econômica da região é o setor de serviços e o industrial, com um destaque no metalúrgico, automobilístico e têxtil. A agricultura por sua vez ocupa um setor de destaque na economia não somente da região, mas sim do país, pois cerca de mais da metade dos grãos brasileiros são produzidos na região, por fim o Sul é responsável por 16,6% do (PIB) Produto Interno Bruto do nosso país.


Palavras-chave: Região Sul. Características Físicas. Economia.

1 INTRODUÇÃO


A Região Sul do Brasil foi uma das ultimas a ser colonizada, o processo de reconhecimento e colonização dos europeus foi tardio e lento. Somente no fim do século XVII, através das Missões Jesuítas e das Expedições Bandeirantes que iniciou o processo de desbravamento e colonização do Sul do país.

Os bandeirantes vicentistas através de suas expedições encontraram na região uma área rica em pastagem, portos naturais e mão de obra indígena. Esses fatores influenciaram diretamente na criação dos primeiros povoados da Região Sul, entre eles: São Francisco do Sul-SC (1658), Curitiba- PR (1693), Rio Grande RS (1737). Assim como os Bandeirantes, os Jesuítas através de suas doutrinas catequizadoras influenciaram na criação dos povoados das Sete Missões, como as primeiras cidades de São Nicolau (1626) e São Borgia (1682) ambas do estado do Rio Grande do Sul.

Apesar da influencia direta dos Jesuítas, Bandeirantes e mais tarde dos Tropeiros, a Região Sul foi povoar-se de modo intensivo somente no século XVIII, através dos primeiros imigrantes.

2 CARACTERÍSTICA FÍSICA DA REGIÃO SUL

          A Região Sul é a menor região do nosso país, é formada pelos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, possui uma área equivalente 6,76% do território nacional, com 575.316 Km² e uma população de 27.327.000 habitantes, segunda estimativa do IBGE 2007.


          O Sul apresenta os melhores indicadores sociais do país, com as menores taxas de mortalidade infantil e analfabetismo, os melhores indicadores de saúde, a segunda maior renda per capita do país, além disso, é responsável por 16,6% do (PIB) Produto Interno Bruto.


2.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICA DO ESTADO DO PARANÁ

         A identidade cultural paranaense foi fortemente influenciada pelos imigrantes alemães, italianos, poloneses, ucranianos e holandeses, que deixaram sua marca nos costumes, culinária e linguajar local.

         O estado do Paraná possui uma extensão territorial 199.316,694 Km², com uma população média de 10.444.526 habitantes e uma densidade demográfica de 52,4 habitantes por Km². Sua capital é Curitiba e ocupa a 6ª posição no IDH nacional (0,820).


2.2 CARACTERÍSTICAS FÍSICA DO ESTADO DE SANTA CATARINA

  Santa Catarina localiza-se entre os estados do Rio Grande do Sul e Paraná, possui uma extensão territorial de 95.703,487 Km² e uma densidade demográfica de 65,3 habitantes por Km², sua capital é Florianópolis, nome dado em homenagem a Floriano Peixoto. Possui uma população de 6.248.436 habitantes e uma população urbana de 84%, segundo dados do IBGE (2007).

  Entre suas influencias culturais podemos destacar a predominância dos colonos italianos e alemães, que influenciaram diretamente nos costumes, arquitetura e culinária do estado. Outra cultura muito importante da Região             Sul, é a açoriana, que influenciou diretamente na cultura da capital Florianópolis e arredores, através de sua cultura pesqueira e costumes típicos tais como: boi de mamão, terno de reis, pau de fita entre outros.


2.3 CARACTERÍSTICAS FÍSICA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

        O estado do Rio Grande do Sul possui uma área territorial de 268.781,896 Km², com uma densidade demográfica de 39,8 habitantes por Km², a capital é Porto Alegre e sua população total é de 10.693.929 habitantes, segundo o IBGE 2007.

      Grande parte da herança cultural dos gaúchos é oriunda dos imigrantes alemães, italianos, espanhóis, portugueses e países platinos, que difundiram seus costumes pela região, tais como: a bombacha, o poncho, chimarrão e churrasco.


3 ECONOMIA SULISTA

            A primeira atividade econômica da Região Sul a ser implantada foi à pecuária, surgiu a partir do século XVIII, para colonizar e conter o avanço dos espanhóis. Mais tarde o produto que era extraído desde o século XVII, a erva-mate, torna-se uma importante economia na Região Sul, e ao longo do século seguinte, inicia o cultivo e extração do produto em larga escala.

        Outro produto muito importante dentro da economia sulista foi o café, produto implantado somente na segunda metade do século XIX, por agricultores mineiros e paulista. Atualmente o estado do Paraná é responsável por 0,25% da safra cafeeira nacional, o quinto maior produtor do país. Já o setor industrial teve um crescimento com a chegada dos europeus que iniciaram um processo precoce de industrialização, através dos empreendimentos familiares e intensificação do comércio, com isso surgem empresas, como: Hering, Sadia, Havan entre outras.


3.1 AGROPECUÁRIA

        Segundo dados do IBGE-2005, o estado do Paraná é responsável por 12,1% da produção agrícola nacional, o Rio Grande do Sul 9,4% e Santa Catarina 4,1%, números surpreendentes, se levarmos em conta a quantidade de estados e a proporções das demais regiões. Vejamos a tabela a seguir.


PRINCIPAIS PRODUTOS AGROPECUÁRIOS DOS ESTADOS DA REGIÃO SUL- 2005
ESTADOS
LUGAR NA PRODUÇÃO NACIONAL



PARANÁ
1º Milho, trigo, aveia, aves.
2º Cana-de- açúcar, soja, feijão.
3º Fumo, mandioca, batata, maçã, suínos.
4º Laranja.
5º Café.
6º Cebola, ovinos.
9º Bovinos.



SANTA CATARINA
1º Cebola, maçã, suínos.
2º Fumo, aves.
3º Arroz, aveia.
5º Trigo.
6º Milho.
7º Batata, feijão.
13º Bovinos.



RIO GRANDE DO SUL
1ºArroz, fumo, ovinos, trigo.
2º Aveia, Maçã, suínos.
3º Aves.
4º Batata, cebola.
5º Laranja.
6º Bovinos, mandioca, soja.
8º Milho.
 
 FIGURA 2: Produção Agrícola Municipal 2005.
 FONTE: IBGE- 2006, 2007. Resultado Preliminar.
            Ao alisarmos a tabela anterior podemos destacar a importância do setor agropecuário da Região Sul na arrecadação nacional, somos os maiores produtores de grãos e cortes, e estamos entre os primeiros com uma infinidade de produtos agropecuários.

            Apesar de possuirmos solos muito férteis de origem basáltica, nossa área de produção é reduzida em comparação as demais regiões, como a Região Norte que possui uma área 3.869.637,9 Km², quase nove vezes maior que a Região Sul.


3.2 INDÚSTRIA E TECNOLOGIA

            O maior centro industrial da Região Sul é área metropolitana de Porto Alegre (RS), que conta indústrias alimentícias, de fiação e tecelagem, produtos minerais não metálicos, siderúrgicas, eletrônicas, químicas, couro e bebidas.  Entre as diversas indústrias das Regiões podemos destacar a General Motors instalada desde 2000.

         A capital do estado do Paraná, Curitiba é segundo maior centro industrial do Sul, com destaque através de suas montadoras, tais como: Audi, Volkswagen, Chrysler e Renault.

         No entanto o estado de Santa Catarina, o maior centro industrial não se localiza na capital como os demais estados sulistas, essa posição cabe ao município mais populoso do estado, Joinville, importante polo industrial de metal-mecânico, químico, plástico e têxtil, o centro industrial mais dinâmico da Região Sul.

       Atualmente o estado catarinense com o mais importante parque têxtil do país, e destaca-se no setor alimentício de processamento de suínos e aves. Além disso, conta com uma zona portuária arrebatadora, através dos portos de Itajaí, Imbituba e São Francisco do Sul.


3.3 PRODUÇÃO MINERAL E COMÉRCIO

       O principal produto mineral do Sul é o carvão, muito utilizado em usinas termelétricas locais e na indústria de cimento, cerâmica e papel, Rio Grande do Sul é responsável por 89% das reservas enquanto retém Santa Catarina 11% da extração.

      A posição geográfica da Região Sul, favorece o comércio através de suas proximidades com os Mercados Platinos e o Mercosul. Apesar do Sul não dispor de infraestrutura necessária para o escoamento de produção, ele é responsável por exportação variada de carnes de frango e suínos, aparelhos mecânicos e elétricos, refrigeradores, adubos, fertilizantes e tratores.


3.4 TURISMO

            A Região Sul possui um potencial turístico muito grande, através de uma infinidade de lindas paisagens e obras arquitetônicas diversificadas. Uma região que pode oferecer um turismo litorâneo com lindas praias, especialmente no estado catarinense e um turismo rural e ecológico através de lindas pousadas e baixas temperaturas com presença de geada e neve, como podemos encontrar nas serras gaúcha e catarinense.

       Outra região muito visitada por turistas de todo o mundo é as Cataratas do Parque Iguaçu, localizado na cidade de Foz do Iguaçu no estado do Paraná, suas quedas d’agua formam um semicírculo com 2.700 metros de largura e cai a uma altura de 72 metros.


4 CLIMA, RELEVO E VEGETAÇÃO

         O clima da Região Sul é subtropical, com incidência de geadas e até mesmo neva em algumas cidades, como a Serra Gaúcha e Catarinense. Muitas vezes os ventos que atingem o Sul do país costumam interferir no clima. Esses ventos durante o verão recebem o nome de ventos alísios geralmente são ventos sudeste. Já no inverno, os ventos recebem o nome de minuano ou pampeiro e surgem de massas de ar do Polo Sul.

        O Sul do Brasil localiza-se abaixo do trópico de Capricórnio e pertence a uma zona temperada com uma temperatura média entre 14º e 22ºC. Nas localidades com clima menos intenso, a vegetação predominante são as florestas de araucárias, mas também se encontram pradarias e campos naturais, conhecidos como pampas.

       As florestas da região sul podem ser divididas em: Floresta Atlântica, Floresta de Araucárias e a Floresta da Bacia do Paraná-Uruguai. A Floresta Atlântica na Região Sul estende-se do Rio Grande do Sul a Santa Catarina, as Florestas de Araucárias podem ser encontradas no interior dos estados e a Floresta do Uruguai se encontra próxima as margens do Rio Paraná.

      A Floresta de Araucárias é muito comum no Planalto Meridional, esse tipo de vegetação se tornou escassa com o grande uso da terra para extrativismo e agropecuária, essa vegetação é aciculifoliada com madeira do tipo que é usada nas fábricas de papel e papelão. São encontradas principalmente na região sul com pouca incidência de flores nessa localidade.

       As Pradarias são vegetações com clima subtropical, recebem influências da massa polar atlântica, é uma área localizada na região dos Pampas, onde se encontram criações bovinas e utilização da agricultura.

        O relevo dessa região é bem diversificado e possui planícies, depressões e planaltos. O local mais alto se encontra no Paraná, o Pico Paraná, com cerca de 1922 metros de altitude. A divisão do Planalto é efetuada da seguinte forma:

Ø  Planalto Meridional: Abrange grande parte da região com o solo recoberto por arenito e basalto.
Ø  Planalto Atlântico: Esse tipo de planalto pode ser encontrado nos estados de Santa Catarina e Paraná e também recebe o nome de cristalino.

       Referente à hidrografia, a Região Sul é formadas pelas bacias hidrográficas do Uruguai, do Paraná e do Atlântico Sul. Os rios que mais se destacam são os rios Jacuí (RS), Itajaí (SC), Iguaçu (PR), Paraná (onde foi construída a hidrelétrica de Itaipu) e o rio Uruguai (RS). Grande parte desses rios são utilizados para irrigar terras para agricultura, gerar energia, abastecer as cidades e para navegação.


5 PROBLEMAS AMBIENTAIS

         A Região Sul apesar de ser uma área territorial menor num comparativo com as demais regiões do Brasil apresenta vários problemas ambientais, entre eles podemos destacar: a ação do homem com devastações de áreas de preservação, desmatamento e queimadas, e  alguns eventos naturais que vem tornando-se comum em nosso cotidiano.


5.1 ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL X HOMEM

    Santa Catarina possui 15 Unidades de Conservação federais, nove estaduais, 22 Reservas Particulares do Patrimônio Natural e inúmeras áreas municipais e privadas, todas importantes para proteger e restaurar os ecossistemas naturais.

            Porém as áreas de preservação ambiental são assuntos presentes nas discussões ambientais da Região Sul, tanto no que refere à exploração do solo quanto da cobertura vegetal e recursos hídricos.

       Há muito a se fazer, porem quase nada é feito para conter o crescente avanço das áreas de degradação, não bastasse isso, ainda temos as discussões em torno do código florestal, como o catarinense que foi reduzido a área de proteção em comparação ao código nacional.


5.2 TORNADOS

            Outro problema natural que vem tornando-se frequente no Sul do Brasil são os tornados, o perímetro compreendido pelos estados da Região Sul e o norte da Argentina e Paraguai é a segunda maior área de incidências de tornados do mundo, perdendo somente para as planícies centrais dos Estados Unidos.

         Segundo o pesquisador Harold Brooks; “As condições climáticas geradas pelo choque de massas de ar frio da Patagônia com os ventos tropicais da Amazônia propiciam a ocorrências de tornados”. Outro fator que influencia no surgimento desse fenômeno é a geografia e topografia da região, através de corredores naturais com longos planaltos e vales.

          De acordo com Daniel Candido no que diz respeito às cidades da Região Sul e Sudeste referente aos tornados. “De 1990 a 2010, ocorreram 220 em todo o país. Por volta de 70% deles atingiram cidades de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo”.

5.3 ARENIZAÇÃO

            Entre os problemas ambientais do Sul do Brasil um assunto que deve levar em consideração é a arenização no estado do Rio Grande do Sul. Esse processo também é conhecido de modo popular, como desertificação. Porém durante a Conferência da Nairóbi em 1977, definiu-se desertificação como: a diminuição ou a destruição de potencial biológico da Terra que poderá desembocar, em definitivo, em condições tipo desértico, por esse motivo somente o Nordeste do Brasil se enquadra nessa definição.

            Nesse sentido o Rio Grande do Sul não é uma região afetada pela desertificação, as razões são claras, o estado é uma região de clima subtropical e com precipitações médias de 1 400 mm anuais, por esse motivo não pode sofrer com o processo de desertificação.

            A formação dos areais em grande alastra-se devido à ação do homem, com a retirada da cobertura do solo para a prática da agricultura e plantio de pastagens, através desse processo o sol de composição arenosa fica vulnerável aos processos de erosão tanto hídricos quanto eólicos.

            Com as chuvas o processo acelera, o solo arenoso de regiões planálticas é transportado através da erosão criando ravinas e voçorocas, depositando os sedimentos em regiões menos elevadas, assim vento completa esse processo criando dunas ao longo do território. Nos dias atuais essas manchas de arenização atingem aproximadamente 400 mil hectares.


 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Região Sul do Brasil é a menor área territorial do país, apesar desse fator desfavorável em relação às demais regiões, possuímos indicadores sociais e econômicos ótimos. Nosso IDH é um melhores do país, com baixas taxas de analfabetismo e mortalidade, e ótimos índices no eixo saúde e educação.

O Sul também é responsável por 16% do PIB nacional, possuindo uma economia bastante diversificada, seja através da agropecuária e extração mineral ou até mesmo o setor industrial, com destaque nas áreas têxteis, automobilística e agroexportador.

Apesar dos sulistas disporem de centros de pesquisas, atualmente a região vem sofrendo com o agravante de alguns problemas ambientais e desastres naturais, entre esses podemos destacar: o la niña grande causador da estiagem, os tornados e a arenização no estado do Rio Grande do Sul.

Porém esses fatores não ofuscam o esplendor do Sul, que encanta a todos com suas lindas paisagens e povo hospitaleiro. 


6 REFERÊNCIAS
                                                            

ARAÚJO, Regina. GUIMARÃES, Raul Borges. TERRA, Lygia. Espaço Econômico e Dinâmicas Regionais. 1ª ed. Editora Moderna. São Paulo, 2010.

BRASIL ESCOLA. Região Sul. Disponível em : <www.brasilescola.com/brasil/regiao-sul.htm> Acesso em 10/05/2014.

IBGE.  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em :< www.ibge.gov.br/> Acesso em 12/05/2014.


MENDES, Ivan Mendes. TAMDJIAN, James Onnig. Geografia Geral e do Brasil.1ª ed. São Paulo, 2005.

SUA PESQUISA. COM. Região Sul Dados Geográficos, Físicos e Econômicos. Disponível em : <www.suapesquisa.com/geografia/regiao_sul.htm> Acesso em 12/05/2014.




ANITÁPOLIS ENTRE VALES E MONTES

Anitápolis é um pequeno município situado entre as encostas da Serra Geral e o Vale do Braço do Norte, riquíssimo em cultura e belezas naturais, encanta a todos com suas belas paisagens e seu povo hospitaleiro.

FIGURA: Anitápolis, construção do Núcleo Colonial.
FONTE:< http://www.anitapolis.sc.gov.br/conteudo/?item=17886&fa=891#>

No ano de 1907 inicia o processo de colonização do município de Anitápolis, que serviria de Núcleo Colonial aos imigrantes europeus. O governo descobriu por fontes confiáveis que havia terras produtivas na região, então contratou um desbravador cearense chamado Cícero Rodrigues Brasil, um hábil conhecedor das matas catarinenses.

            Pouco tempo após sua contratação, Cícero havia desbravado boa parte da região, fundado a sede do núcleo e divido a região em várias secções, todas herdaram nomes de rios da região, Rio do Ouro, Rio da Prata entre outros. Em um primeiro momento o Núcleo passou a chamar-se Núcleo Colonial Lauro Muller, em homenagem a importante figura política do cenário catarinense, após algum tempo a região passou a se chamar Núcleo Colonial Rio da Prata, em homenagem ao rio da região que possui um aspecto cristalino. Por fim a região passou a se chamar Núcleo Colonial Anitápolis em homenagem a heroína dos dois mundos Anita Garibaldi.

            Logo após a fundação do núcleo chegaram os primeiros moradores, entre os esses podemos destacar as importantes figuras de Pergentino Muniz, José Jacó Gedert e o Dr. Cisenando Mattos. O núcleo era comandado pelo engenheiro-agrimensor Dr. Cisenando autoridade local suprema, que comandava todas as ações do núcleo, e a este cabia distribuir as terras e orientar as atividades agrícolas dos imigrantes, além de recolher os pagamentos e organizar demais atividades do núcleo.

            Com o passar dos anos o núcleo melhora a infraestrutura e prospera, então no ano de 1911, começa a chegada das grandes concentrações de imigrantes na região, esses vinham de todas as regiões da Europa, tais como: Alemanha, Polônia, Espanha, Letônia, Rússia, Tchecoslováquia, Inglaterra e Finlândia, assim predominando a cultura alemã.

            Os imigrantes vinham de navio até o Rio de Janeiro, então eram enviados em embarcações menores para Florianópolis. A partir desse momento eram quatro dias de viagem em caravanas em cima de carros de boi e mulas, até chegarem ao núcleo colonial. Em plena a eclosão da Primeira Guerra Mundial, o fluxo migratório aumentou e o núcleo colonial por vários anos passou receber mais de uma família por dia.

            No ano de 1915, surgem as primeiras dificuldades enfrentadas pelos imigrantes, tudo isso devido aos conflitos corriqueiros com os nativos (bugres), falta de conhecimento no cultivo das terras e o difícil acesso as regiões montanhosas, ocasionando um alto índice de abandono de terras. Além disso, os imigrantes em sua maioria eram ferreiros, carpinteiros, artesões, mineiros entre outras profissões, tinham pouco conhecimento agrícola, o que ocasionou a migração para outras regiões, como a região de Criciúma, onde trabalharam como construtores e mineiros e a região de Ituporanga, onde encontraram terras mais produtivas e menos acidentadas para o desenvolvimento da agricultura.

            Com o fracasso da colonização por imigrantes, o Governo Federal decide o Patronato Agrícola vinculado com uma escola. Esta instituição funcionava como um centro reformatório para jovens infratores retirados da rua, em especial jovens das ruas e abrigos do Rio de Janeiro. Os internos tinham entre 11 e 18 anos, viviam em regime militar, tinham aulas teóricas e práticas onde todos aprendiam um oficio.

FIGURA: Prédio do Patronato Agrícola de Anitápolis
FONTE:< http://www.anitapolis.sc.gov.br/conteudo/?item=17886&fa=891>

Devido à implantação do Patronato Agrícola, o Governo Federal começa a olhar bons olhos para Núcleo Colonial de Anitápolis, aplicando muita verba e fazendo com a região prosperasse novamente. Para termos noção da importância desses investimentos, entre os anos de 1916 a 1930, o que eram antes trilhas, tornaram-se estradas, recebemos tecnologias inexistentes em algumas regiões da época, tais como: linha telefônica Anitápolis/Florianópolis, telégrafo de ultima geração, cinema improvisado, entre outros benefícios.

FIGURA: Monumento do Combate da Garganta
FONTE: http://www.anitapolis.sc.gov.br/conteudo/?item=29183&fa=891

            Tudo fluía muito bem até a data de 16 de outubro de 1930, com a derrota de Getúlio Vargas nas eleições de 1930, eclodiu uma insatisfação politica que resultou em um Golpe de Estado. Insatisfeitos, parte dos revolucionários gaúchos viajaram por mar em direção ao Rio de Janeiro, capital do Brasil naquela época. Outro contingente marchou em direção a capital catarinense, a única ligação do Sul do estado com a capital Florianópolis era feita pela Serra da Garganta em Anitápolis. Ludibriados pelo governo, moradores do núcleo, juntamente com soldados de Florianópolis armaram um cerco para conter o avanço dos legalistas. Os gaúchos souberam da emboscada e atacaram de surpresa contornando a montanha, onde o ocorreu o combate.


FIGURA: Anitápolis- 1950
FONTE: <http://www.anitapolis.sc.gov.br/conteudo/?item=17886&fa=891>

Após essa ofensiva e com o consolidamento da revolução, Anitápolis foi riscado do mapa, o Patronado foi transferido para outra região e nossos meios de comunicação por vários anos se restringiram somente a agência postal. Em questão de anos o núcleo aos poucos foi se desfazendo, os lotes desvalorizaram, as dividas aumentaram e a emigração do núcleo foi significativa. A região voltou a receber recursos e financiamento somente após sua emancipação em 1961, através da Lei 789/61 elevando assim a categoria de município.

Atualmente Anitápolis possui pouco mais de 3 600 habitantes, menos da metade dos moradores da época em que era Núcleo Colonial, as principais economias do município são os aviários e agricultura, tem um grande potencial turístico e encanta a todos com suas belas naturais e seu povo hospitaleiro.

REFERÊNCIAS

DALL’ ALBA, João Leonir. O Vale do Braço do Norte. Orleans, SC: Ed. do Autor, 1973.

LEMOS, Valmir. Tombados e Esquecidos. Blumenau, SC: Ed. Nova Letra,2003.