quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Êxodo Rural

O ÊXODO RURAL E O ENSINO DA GEOGRAFIA


Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2005 o Brasil tinha uma taxa de urbanização de 84,2% e, de acordo com algumas projeções, até 2050, a porcentagem da população brasileira que vive em centros urbanos deve pular para 93,6%.Com base nesses dados o Êxodo Rural torna-se um tema muito importante não somente na economia, mas também discussão do meio espacial e social, especialmente para os jovens que vivem no meio rural. Por esse e outros motivos à escola assume um papel importante no estudo, na contextualização e principalmente na construção de uma criticidade, através de suas abordagens pedagógicas.


O êxodo rural é caracterizado pela intensa migração de habitantes de uma determinada região para outra do país, estado ou cidade. Esse fluxo migratório na maioria das vezes é ocasionado pelas diversas dificuldades enfrentadas na região rural, tais como: desvalorização do agricultor e falta de acesso a melhores condições de vida, trabalho, saúde, escola e transporte.

Dentre as principais causas do êxodo rural, podemos citar:


ü  A mecanização no processo de agricultura e a substituição da mão de obra por máquinas perante a modernização do campo.

ü  A capitalização/ industrialização, fator determinante para essa transição do campo/cidade. Através das fábricas e empresas aumenta a oferta de trabalho, atraindo os moradores do campo a buscarem melhoria condições de vida.


O Êxodo Rural no Brasil começou a ganhar força a partir dos anos 60, através da abertura econômica e da implantação das multinacionais na região sudeste. Com essa crescente oferta de empregos, houve um crescimento acentuado no fluxo migratório, vindo da região nordeste e se instalando na região sudeste, especialmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Com esse processo migratório surgiram os diversos agravantes sociais presentes atualmente em nossa sociedade, como: desemprego, poluição, doenças, miséria, crescimento desordenado, desigualdade social entre outros.

Hoje dos jovens que vivem no meio rural, são poucos os que expressão interesse em continuarem em sua região de origem, pois, grande parte desses jovens associam o meio rural diretamente com a desvalorização do meio agrícola. Por esse motivo, a grande maioria dos jovens ao completarem a maioridade ou até mesmo antes tende a buscar melhores condições de vida, de trabalho e de ensino no meio urbano.

Nos últimos anos são vários os países que vem sofrendo com as consequências do Êxodo Rural e das Migrações, especialmente países capitalistas. Muitos desses adotaram políticas de incentivo para conter a chamada desertificação rural, com foi o caso da França.

Por outro lado, o investimento brasileiro em políticas de incentivo a permanência no meio rural ainda é defasado e nas últimas décadas temos sofrido com as diversas migrações regionais e inter-regionais.

Principalmente na disciplina de Geografia, o Êxodo Rural vem tornando-se comum, dentro dos debates de sala de aula, devido ao processo de globalização e os constantes fluxos migratórios. Porém, os professores em algumas situações encontram dificuldade de manter a neutralidade referente ao assunto, principalmente quando vivem dentro do contexto.

O professor tem como função criar um senso crítico no aluno, ofertar suporte para que esse crie uma consciência da realidade do meio rural e urbano e das diferentes situações que esse vivenciará ao longo da vida. Cabe a todos, repensarmos a influencia de palavras e nossas ações, principalmente quando vivenciamos essa situação tão de perto como é o caso de meu município.

Atualmente o Êxodo Rural tem ganhado números alarmantes, estima-se que esses números tendem a crescer, como podemos visualizar no gráfico abaixo.


            FIGURA: Gráfico E.M. Anitápolis
            FONTE: Arquivo Pessoal

Essa pesquisa foi aplicada com jovens que frequentam ou frequentaram o Ensino Médio no município de Anitápolis durante o ano letivo de 2014. As principais razões que influenciaram esse processo migratório, são: falta de acesso a Educação Superior nas mais diversas áreas, falta de mercado de trabalho e por fim falta de serviços básicos e principalmente cultura e lazer.


Já passou da hora de nossos governantes pensarem mais a frente, refletirem sobre o futuro de nossos municípios, estados e até mesmo nossas vidas. E isso deve ser uma ação em conjunto entre órgãos federal, estaduais e municipais, pois, nos passos que caminhamos, será questão de décadas para enfrentarmos um colapso mundial por falta de alimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário