O ÊXODO RURAL E O ENSINO DA
GEOGRAFIA
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2005 o Brasil tinha uma
taxa de urbanização de 84,2% e, de acordo com algumas projeções, até 2050, a
porcentagem da população brasileira que vive em centros urbanos deve pular para
93,6%.Com base nesses dados o Êxodo Rural torna-se um tema muito importante não
somente na economia, mas também discussão do meio espacial e social,
especialmente para os jovens que vivem no meio rural. Por esse e outros motivos
à escola assume um papel importante no estudo, na contextualização e
principalmente na construção de uma criticidade, através de suas abordagens
pedagógicas.
O
êxodo rural é caracterizado pela intensa migração de habitantes de uma
determinada região para outra do país, estado ou cidade. Esse fluxo migratório
na maioria das vezes é ocasionado pelas diversas dificuldades enfrentadas na
região rural, tais como: desvalorização do agricultor e falta de acesso a
melhores condições de vida, trabalho, saúde, escola e transporte.
Dentre
as principais causas do êxodo rural, podemos citar:
ü A mecanização no processo de agricultura
e a substituição da mão de obra por máquinas perante a modernização do campo.
ü A capitalização/ industrialização, fator
determinante para essa transição do campo/cidade. Através das fábricas e
empresas aumenta a oferta de trabalho, atraindo os moradores do campo a
buscarem melhoria condições de vida.
O Êxodo
Rural no Brasil começou a ganhar força a partir dos anos 60, através da
abertura econômica e da implantação das multinacionais na região sudeste. Com
essa crescente oferta de empregos, houve um crescimento acentuado no fluxo
migratório, vindo da região nordeste e se instalando na região sudeste,
especialmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Com esse
processo migratório surgiram os diversos agravantes sociais presentes
atualmente em nossa sociedade, como: desemprego, poluição, doenças, miséria,
crescimento desordenado, desigualdade social entre outros.
Hoje dos jovens que vivem no meio rural,
são poucos os que expressão interesse em continuarem em sua região de origem,
pois, grande parte desses jovens associam o meio rural diretamente com a
desvalorização do meio agrícola. Por esse motivo, a grande maioria dos jovens
ao completarem a maioridade ou até mesmo antes tende a buscar melhores
condições de vida, de trabalho e de ensino no meio urbano.
Nos últimos anos são vários os países que
vem sofrendo com as consequências do Êxodo Rural e das Migrações, especialmente
países capitalistas. Muitos desses adotaram políticas de incentivo para conter
a chamada desertificação rural, com foi o caso da França.
Por outro lado, o investimento brasileiro em políticas de
incentivo a permanência no meio rural ainda é defasado e nas últimas décadas
temos sofrido com as diversas migrações regionais e inter-regionais.
Principalmente na disciplina de Geografia, o Êxodo Rural vem
tornando-se comum, dentro dos debates de sala de aula, devido ao processo de
globalização e os constantes fluxos migratórios. Porém, os professores em
algumas situações encontram dificuldade de manter a neutralidade referente ao
assunto, principalmente quando vivem dentro do contexto.
O professor tem como função criar um senso crítico no
aluno, ofertar suporte para que esse crie uma consciência da realidade do meio
rural e urbano e das diferentes situações que esse vivenciará ao longo da vida.
Cabe a todos, repensarmos a influencia de palavras e nossas ações, principalmente
quando vivenciamos essa situação tão de perto como é o caso de meu município.
Atualmente o Êxodo Rural tem ganhado números
alarmantes, estima-se que esses números tendem a crescer, como podemos
visualizar no gráfico abaixo.
FIGURA: Gráfico E.M. Anitápolis
FONTE: Arquivo Pessoal
Essa pesquisa foi aplicada com jovens que
frequentam ou frequentaram o Ensino Médio no município de Anitápolis durante o
ano letivo de 2014. As principais razões que influenciaram esse processo
migratório, são: falta de acesso a Educação Superior nas mais diversas áreas,
falta de mercado de trabalho e por fim falta de serviços básicos e
principalmente cultura e lazer.
Já passou da hora de nossos governantes
pensarem mais a frente, refletirem sobre o futuro de nossos municípios, estados
e até mesmo nossas vidas. E isso deve ser uma ação em conjunto entre órgãos
federal, estaduais e municipais, pois, nos passos que caminhamos, será questão
de décadas para enfrentarmos um colapso mundial por falta de alimento.
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